domingo, 3 de março de 2013

Mudando de Direção

A morena olhou para Mei e maliciosamente declarou:
– Não imaginei que estaria acompanhado, mas não me importo em dividir! – aquilo foi o fim de tudo. Ela não abriu a boca nem por um instante, pegou sua mala, e de cabeça baixa, foi até a porta. Eu não tinha ideia do que fazer e por onde começar a explicar. Estava aturdido com a presteza com que recolheu seus pertences.


Finalmente abriu sua boca, contudo falou apenas para a Gina:
– Ele é todo seu! – após sua curta fala, saiu pela porta com sua mala. Eu corri atrás dela, tentei me colocar a sua frente e impedi-la de ir, contudo ela não parou nem por um minuto. Evitou qualquer palavra e continuou seu percurso até a rua, continuei a persegui-la, procurando evitar sua partida eminente. Quando entrou no metrô me dei conta, eu estava sem camisa, descalço e sem minha carteira. O segurança me abordou exigindo minha retirada. Eu poderia facilmente o render, contudo não era o momento certo para aquilo. Eu iria para casa, esperaria ela esfriar a cabeça e procuraria esclarecer toda a situação.

Ao voltar, a morena havia desaparecido. Fiquei feliz por isso, não queria nem olhar para ela naquele momento. Quinze minutos depois, Will me ligou, Mei estava em sua casa e partiria no dia seguinte, no primeiro avião para a China. Ele me pediu para não procurar por ela, esperar até a sua raiva passar. Seu ciúme era uma prova de que finalmente sentia algo mais forte por mim e essa novidade a desconcertou. Estava mais chocada com seus sentimentos que com a Gina em si. Resolvi dar um tempo para ela aceitar o inevitável, mesmo sendo tão doloroso o modo como nos separamos.

Pouco depois chegou o carnaval e aproveitei o feriado para ir a Champs Lesims. Era hora de descobrir um pouco mais sobre o Covil do Dragão e encontrar o diário de James Vanghan. Encontrei uma pousada aconchegante, embora nada tranquila. Mas não estava preocupado com onde dormir, e sim na aventura prestes a se desnudar. Era a hora perfeita para esquecer meus problemas e focar apenas nas novas descobertas.

O enólogo foi muito gentil e lembrou que o diário estava na mansão Quero-Tudo-O-Que-É-Seu. Ele não sabia de nada mais, apenas que Collette Bonnet era descendente do último caseiro da mansão, talvez tivesse mais informações sobre o assunto. Antes de me dar o endereço, fez questão de me servir um dos melhores vinhos locais. Agradeci e me deliciei com o néctar de uvas servido com tanta atenção a um estrangeiro.

Não precisei muita apresentação, Collette me acomodou em seu sofá e explicou sobre as chaves e armadilhas da mansão. Não tinha certeza sobre o diário ter sido destruído, mas restava uma chave no porão. Nunca teve intenção de procurar a fundo, mas seu avô contava a história com muito carinho em sua infância. Em outra ocasião ficaria envaidecido com sua perna pressionando a minha e sua insistência para tomarmos um vinho. Contudo eu não estava disposto a jogos de sedução, só desejava encerrar minha busca em Champs e encontrar um meio de entrar no Covil do Dragão.

Cheguei à mansão no início da noite. Tive algumas armadilhas para desarmar e segui as instruções, subindo as escadas secundárias para encontrar o quarto principal. Não foi muito difícil esta primeira etapa. Apenas uma armadilha pelo caminho e com a chave certa para entrar no terceiro andar tudo ficou mais fácil. Finalmente encontrei a porta secreta, onde mais escadas, agora descendo em direção ao porão, me aguardavam.

Desci os lances rapidamente, apenas uma armadilha escondida na parede foi o meu obstáculo. Lá embaixo encontrei algumas portas secretas, uma vinícola subterrânea e algumas relíquias. A chave estava displicentemente abandonada sobre uma mesa, exatamente como na história do avô de Collettte. Esperava que a chave funcionasse em alguma das portas bem trancadas do Covil do Dragão. Era meu primeiro dia em Champs e havia encontrado a resposta pela qual procurava. Tinha mais dois dias ociosos antes de voltar para casa.


10 comentários:

  1. Eu queria ter o controle da Mei FATAÇO! Eu teria partido a outra ao meio sem pensar duas vezes só com meu olhar e depois terminaria de picar ò.ó

    Espero que ela consiga superar isso já que ela mesmo disse que não esperava sua fidelidade, não é? Boa sorte!


    ;*

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    1. Eu, heim, Deka! A culpa é da Gina porque? Desde quando o Lamarca anunciou que era monógamo? Tá louca? Como eu disse, se estivesse na cidade poderia ter sido eu, então vai se ferrar... A culpa é do Lamarca que "esqueceu" quem ele comia... Se fosse pra rachar alguém, que fosse ele!

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    2. Deka, acho que ela mesmo considerou sua atitude um descontrole... O maior problema não foi bem a fidelidade, foi ela perceber que a minha infidelidade a incomodava.
      Un câlin

      Lana, o erro foi todo meu, esqueci de avisar a Gina para não ir ao meu studio por aqueles dias. A meu favor só posso dizer duas coisas: estava focado na Mei e a Gina passa meses sem me procurar.
      Besos

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    3. Ué ela que batesse em vc tbm, ó minha cara de preocupada u.u'

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    4. Por isso que o ciúme é tão irracional! Afff

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    5. Mais uma vez devo concordar: o ciúme é totalmente irracional!

      Besos

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  2. Quem te viu, quem te vê, heim, amour?
    A chininha te transformou mesmo!

    Bjusssssssssssss

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    1. Mei não me transformou... Mas não vou falar algo clichê para completar minha sentença.

      Besos

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  3. Esperava essa reação da Mei... Ela é o tipo de mulher "certinha" que não aceitaria "dividir". Se bem que o fato não é nem "dividir" e sim amar.
    Espero que tudo se resolva para você e ela, Lamarca!

    Abraços!

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    1. Mei não é tão "certinha" quanto parece, em outra situação acho que não se importaria em dividir...
      Obrigado!

      Un câlin

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